Estrangeiros fecham cerco e floresta definirá reputação global do Brasil
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Para atrair investimentos, garantir acesso a mercados externos, ter uma postura de protagonista em debates diplomáticos ou simplesmente evitar um processo internacional, o Brasil terá de demonstrar compromisso e medidas concretas para a redução do desmatamento no país. Documentos, planos e projetos de leis em instituições internacionais ou em empresas multinacionais revelam que o meio ambiente deixou de ser apenas uma questão de imagem ou marketing e se consolidará como os novos padrões para a assinatura de contratos ou alianças.
Diplomatas, especialistas, negociadores e representantes de empresas no Brasil e no exterior consultados pela coluna confirmam que, enquanto não houver uma redução constante do desmatamento no país, essa inserção internacional do país será prejudicada. Fortemente pressionado, o governo de Jair Bolsonaro optou por usar a Conferência da ONU para Mudanças Climáticas, em Glasgow em novembro, para anunciar que estava assumindo compromissos de redução de desmatamento. Mas, depois de anos de uma destruição da política ambiental do país, o Planalto não conseguiu romper com as desconfianças no cenário internacional.
De acordo com negociadores, os critérios no setor privado e nas entidades já superaram a fase de discursos vazios e passaram para uma etapa de ação. Empresas como a Tesco, Nestlé Reino Unido, Sainsbury’s, KFC, Danone, Morrisons e McDonald’s Reino Unido se uniram, por exemplo, no compromisso de não comprar soja de áreas recentemente desmatadas. Juntas, as multinacionais representam cerca de 60% de toda a soja comprada no Reino Unido a cada ano. Entre as metas, o grupo estabelece que nenhuma soja importada seja responsável pelo desmatamento ambiental para a agricultura após janeiro de 2023.