“O preço do carro não vai baixar tão cedo”, afirma presidente da Anfavea

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Em 2020, quando os preços dos carros começaram a disparar devido à alta dos insumos e da falta de peças para a fabricação, muitos brasileiros decidiram esperar as coisas voltarem ao normal. Os meses foram passando, viraram anos e os automóveis continuam ficando cada vez mais caros. Afinal, eles devem baixar algum dia? No entender da indústria, não tão cedo. De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, associação das fabricantes de veículos, em 2023 o mercado automotivo mundial finalmente deve voltar a viver uma estabilidade no abastecimento de semicondutores (peça utilizada por toda a indústria de tecnologia, escasso desde 2020), mas isso não será o suficiente para reduzir o preço dos automóveis no Brasil.

“Primeiro, é preciso ressaltar que a figura de carro popular deixou de existir devido à quantidade de tecnologia que um automóvel tem hoje. Temos metas de consumo e emissões, metas de inclusão de novos itens de segurança veicular. O carro de hoje não é o mesmo do início dos anos 2000, são mais seguros e tecnológicos e menos poluentes”, avalia o presidente da entidade. Sobre uma redução de preço – ainda que mais tímida do que os brasileiros desejam – ele explica que só com mudanças estruturais, como a reforma tributária e alterações nas regras do financiamento, já que as montadoras estão trabalhando com margem de lucro apertada e com carros cada vez mais equipados.

Imposto inviabiliza compra

“Para trazer o consumidor que tem interesse em comprar um carro zero novamente para o mercado, estamos lutando por uma reforma tributária mais moderna e parecida com países desenvolvidos. O imposto representa entre 40% e 50% do valor de um carro, a média entre os países desenvolvidos é de 20%. Atualmente, o imposto tira do consumidor a possibilidade de comprar um carro”, opina o executivo. Sobre os financiamentos, Moraes explica que, no entender da Anfavea, há problemas estruturais que elevam o custo da transação no Brasil. “Para retomar um bem, por exemplo, o banco demora anos e acaba perdendo dinheiro. Estamos trabalhando para mudar algumas regras que possibilitem a redução das taxas, para que as parcelas caibam no bolso do consumidor.” Outro problema agrava a situação: a crise econômica. Com uma taxa de desemprego na casa dos 13%, o poder de compra dos brasileiros não acompanha a inflação. Por isso, a expectativa é que com o crescimento da economia e redução do desemprego, mais brasileiros possam comprar carros novos. 

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