Pra você, meu amigo, viver mais.
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Por Mariana Sochaczewski
Conheci há alguns meses a coluna de terça, e desde então, não deixo de acompanhar as publicações de Anderson França, o Dinho, e toda equipe. Mas na última terça-feira, um relato dele sobre a espera para uma consulta em Lisboa me chamou atenção.
No texto em destaque, Dinho compartilhava que os homens estavam no consultório sentados nas cadeiras, e suas parceiras que os acompanhavam eram quem marcavam os exames, falando por eles.
Pensei no Espaço Médico Jardim Botânico, onde atuo, na Zona Sul do Rio, e que faz atendimento a preços populares. Pensei nos atendimentos dos hospitais públicos, sobretudo nas áreas de emergência e nos ambulatórios, onde estive durante minha formação médica (hoje atendo apenas crianças. UFA! Hahahaha).
Nesses ambientes, na maioria das vezes os homens chegavam acompanhados por mulheres, companheiras, mães, que falavam tudo por eles e até descreviam o que estavam sentindo. Corri para olhar os pacientes do EMJB e, realmente, um pouco menos de 30% dos nossos pacientes de clínica geral, dermatologia e nutrição, por exemplo, são homens.
Segundo o Ministério da Saúde, homens procuram menos os serviços de saúde que mulheres, principalmente os serviços de prevenção e de promoção à saúde. O mais comum acaba sendo procurar assistência médica somente quando estão bastante doentes, em emergências. Quer ver só?
Uma pesquisa feita no Centro de Referência da Saúde do Homem de São Paulo mostra que 60% dos pacientes chegam ao serviço com doença avançada, isso porque não fizeram uma prevenção, consultas de rotina, ou não procuram serviço de saúde quando os sintomas ainda são iniciais. Já o número de homens que procuram um médico para fazer uma consulta preventiva é 30% menor que o de mulheres.
Com a pandemia do novo Coronavírus, o índice de mortalidade masculina tem sido bem maior: cerca de dois terços das mortes no mundo são de homens, apesar de a taxa de infecção entre os gêneros serem semelhantes, como apontou um levantamento divulgado pela Global Health 50/50, em julho de 2020.
No Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE recentemente, a proporção de mulheres que consultaram-se um médico em 2019 foi superior à dos homens (82% contra 69%), ainda que ambos os gêneros tenham, por exemplo, taxas similares de cobertura em planos de saúde. Mesmo entre homens que vão ao consultório, a influência feminina tem um grande papel: sete em cada dez só procuram um médico após a insistência da mulher ou dos filhos, segundo o Ministério da Saúde.
Fico pensando nos moldes da sociedade que cria e espera o ‘Super-Homem’ do filme através do machismo enraizado. ‘’Procurar atendimento médico, ter dor, querer estar saudável? Isso deve ser um tipo de fracasso, fraqueza’’, pensam. Como a clássica “homem não chora”, sabe? É um mix de vergonha, patriarcado e preconceito.
Penso também em outras lacunas: será que só nós mulheres, mães, nos acostumamos desde pequenas a termos cuidados? De que forma isso é projetado no gênero feminino – e não só, colocando também olhar sobre os LGBTQIA+.
Aos homens, se não esbarrarem com alguém na vida que os impulsione a cuidarem de si sozinhos, não terão essa iniciativa. Ou será que o sistema de saúde brasileiro não acolhe e os estimula na promoção à saúde?! Seja qual for o motivo, o Espaço Médico JB querer furar mais essa bolha.
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