1% de território livre

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Mapa do Rio de Janeiro

Pessoal preocupado com o Talibã que ocupou dois terços do Afeganistão, sendo que meu país Rio de Janeiro só tem 1% do território livre, que é a casa de Zeca Pagodinho, em Xerém.

O resto, é da milícia, Comando Vermelho, Terceiro e derivados, Amigos, Igreja Universal, Malafaia e o pessoal que molha o biscoito Maizena no café.

Talibã, no Rio, ia ser devidamente deitado na porrada logo que chegasse no Galeão.

Porque os taxista, e os uber, e os INDEPENDENTE, que ninguém sabe pra quem trabalha, já ia sair no pau pra ver quem ia levar eles no primeiro território a ser ocupado, no caso, ali mesmo, a Ilha do Governador, o Morro do Dendê, que é ruim de invadir.

Já ia se tomando teco de 12, 50, 62, g3, 47, e nem ia saber de onde, porque ali na Ilha é PM, milicia, facções sortidas, e os quiosque de x tudo.

Se corresse de lá e fosse pra Maré, não saía mais. Que se entrasse no PU, saía na boca de cachorro. Se entrasse na Nova Holanda saía politizado, militante do Black Lives Matter. Atravessa a Brasil, vai pro Alemão, sai na Penha, com cabelo na régua e falando AINDA.

Se cai na Barra, num condomínio lá, morre. É enterrado dentro do condomínio mermo. Se vai pra Brasília, os talibã nem pra estagiário do Planalto serve, que o véio safado do Roberto Jefferson já aterroriza mais que eles. Se vai pra Manaus, Omar Aziz já ia dizer uns três ditado popular, envolvendo Tucunaré, Jabuti e pau que nasce torto. Se vai pro Ceará, Cid Gomes passava o trator em cima.

Ou seja, vocês preocupado com Afeganistão, a gente mais fudido que eles.

Já diz Regina Rouca: se liga, hein.

(imite a voz de Regina, por favor nunca te pedi nada)

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

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