Mortes de homens negros assustam BRS. Mas e o Brasil?
Leitura: < 1 minOs jornais brasileiros dando uma de espantados com a notícia de que, nos Estados Unidos, só morreu por arma de fogo um homem branco a cada 22 negros em 2021. Eu disse que os jornais brasileiros se assustaram. Não os noruegueses, não os finlandeses. Os brasileiros. Do país onde 78% dos mortos da mesma forma no mesmo período, foram negros.
No Rio, eles são 86% dos mortos pela polícia. E isso é o que dizem as estatísticas. Na vida real, a gente sabe bem qual corpo as “balas perdidas encontram”. A gente também sabe bem qual corpo os policiais “confundem com bandido”. Qual é a cor das pessoas que eles acham que estavam carregando um fuzil no lugar de uma furadeira ou um guarda chuva.
Em Salvador, no ano de 2021, a polícia matou (reconhecidamente) 299 pessoas. UM era branco. Me parece uma proporção UM POUCO MAIOR que a americana. Os Estados Unidos ainda são uma nação mega racista? São sim. Mas o Brasil não fica nada atrás. Em nenhum aspecto.
Da falta de oportunidades às mortes.
Problema é que no Brasil, raramente a morte de um negro causa grande espanto ou mobilização. Ao menos da mídia e dos branco que não são racista, têm até um amigo negro, mas tá cagando pro menino preto que morreu na mão de cana. Faz hashtag de #prayforUkraine, mas rezar pelo irmão do lado, ninguém quer.
Seletividade midiática é o nome disso.