A alta do diesel reduz circulação de ônibus

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Por conta do aumento do óleo diesel, empresários de linhas de transporte reduziram a circulação de ônibus pelo Estado do Rio de Janeiro em 10 municípios da Baixada Fluminense e pelas regiões de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá. As informações são do Diário do Transporte.

Somando todos os aumentos deste ano de 2022, empresários afirmam em nota que houve uma subida de preços de 47% nas refinarias. As empresas de ônibus responsáveis por essas áreas são o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), Setransduc e o Transônibus. Em maio, as mesmas cobraram medidas de incentivo para a normalização do problema, por meio do governo federal, estadual e municipal.

No Estado do Rio de Janeiro, desde o início da pandemia de COVID-19, os usuários sentiram na pele a precariedade do sistema de transporte público. A frota atual corresponde a cerca de 70% de ônibus que circulavam antes da pandemia. A cidade de Niterói promete reorganizar as linhas municipais e o Detro promete fiscalizar.

A prefeitura de Niterói afirma que não permitiu tal racionamento. Após reduzir a frota durante a madrugada, a TransNit agora irá reduzir 15% do número de ônibus nas ruas. Além disso, irá limitar algumas linhas de ônibus [28, 66, 24 e 26] aos horários de 6h às 10h e das 16h às 20h; fora desses horários não haverá mais ônibus em circulação.

O direito de transitar pela cidade antes da pandemia já era uma conquista; em um “pós” pandemia se tornou um privilégio. Podemos recordar também que houve um aumento de 10% nas tarifas de viação intermunicipal, o que causou um rombo gigantesco no bolso do trabalhador. Quem paga o preço da inflação, da má gestão federal é sempre nós. Até quando?

Não se trata apenas da redução de ônibus, é sobre o controle daqueles corpos, é uma barreira que impede a população dessas regiões de ocupar determinados espaços, a não ser que seja para trabalhar. O trabalho não dignifica o homem, ele empobrece, esvazia e invalida o ser de sua própria autonomia.

Isso também é racismo ambiental.

Uma travesti não-binária, preta, bissexual, ativista e estudante carioca. Escrevo pra libertar o grito entalado na garganta e pra curar feridas que não são somente minhas.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

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