Bolsonaro e a impunidade diante da política de morte

Leitura: 2 min

Na última segunda-feira (25), a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de sete das dez apurações preliminares acerca do presidente Jair Bolsonaro iniciadas a partir da CPI da Covid. Além do presidente, ministros e ex-ministros também estavam sendo investigados.

As apurações arquivadas investigavam supostos crimes de charlatanismo, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, epidemia e emprego irregular de verba pública. A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo informou que não há provas de que o presidente soubesse da ineficácia dos medicamentos. Sendo assim, esse foi o argumento utilizado para arquivar o crime de charlatanismo.

No auge da pandemia em 2020, mesmo com diversos cientistas afirmando que ainda não havia cura comprovada para o novo coronavírus, o atual presidente insistia no uso de medicamentos sem eficácia, como a cloroquina e hidroxicloroquina. Ainda sim, Lindôra afirma que o “tratamento precoce” estimulado por Bolsonaro não configura crime de epidemia, uma vez que a situação era incerta.

A PGR também solicitou o arquivamento contra: Marcelo Queiroga (ministro da Saúde), Wagner Rosário (ministro da Controladoria-Geral da União), general Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil), Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde), Antônio Élcio Franco Filho (ex-secretário executivo da Saúde), Heitor Abreu (ex-subchefe de Monitoramento da Casa Civil), Hélio Netto (secretário de Ciência e Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde) e Osmar Terra (deputado federal).

Esses arquivamentos evidenciam o total desrespeito com as vítimas da Covid-19 e seus familiares. Além disso, comprova uma certa proteção a todo custo em relação à imagem do intocável presidente para garantir uma possível reeleição. Porque, no auge da pandemia, Bolsonaro se negava a usar máscara e incentivava aglomerações, atitudes completamente contrárias às recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde.   

Foto: Agência Brasil

Mulher negra oriunda do interior do Estado do Rio de Janeiro. Professora, pesquisadora, revisora e feminista antirracista. A correria faz parte de sua vida, porque na barriga da miséria nasceu brasileira.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

Siga a CT