Anira´s Bank

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Illustração: Claudio Brites, baseado na foto dos fotógrafos Kevin Yule e Marcos Florentino

O Banco Central da Larissa de Honório pode ter, se quiser, as propaganda mais criativa.

A começar pela chegada da diretoria do banco naquele 564 da Reginas, Caxias – Campo Grande, que passa pela Kelsons numa licença poética no itinerário,

aí desce Anira,

ouro, poder, diero,

oncinha,

vários executivo carregando ela e bota ela em cima da cadeira de plástico, outrora vermelha, agora roxa, da cor do Nubank, já que o Bradesco não entendeu a mensagem subliminar da cadeira vermelha, mas né,

vai na tua, Bradesco, investindo na Sandijunio. Seja feliz, sabendo que Anira´s Bank of Denbentures Venture Capital e Serviços de Manutenção de Ar Condicionado Adonnay LTDA, nas artes, Nubank, já é o terceiro banco com mais investimento, ou terceiro maior banco, ou terceiro alguma porra, alguma porrona grandona aí, tananã, bagulho que os sapatênis fica de biloca ereta pra explicar.

Hannitah poderia difundir o pagamento de passagens de kombis por PIX, linha de crédito especial pra quem mora no entorno de Honório e precisa dar um gás no Bolo de Pote Inc., várias amiga que te viram ainda de pequenininha, este é o momento de o quê,

PEDIR UM DINHEIRO,

emprestado mas naquele amor,

porra, se uma filha de Honório consegue,

Honório, Rocha Miranda, Bento Ribeiro e Marechal também consegue,

quem sabe até Deodoro, os lado de Guadalupe, mais abandonado.

Tem que abrir um banco físico na Jurubaíba, onde tem a feira de Honório, só tem que tomar cuidado com os vendedor de perfume que finge que te conhece. OU CHAMA ELES PRA GERENTE, porque a principal característica de um gerente é o caô.

Mas eu queria fazer as propaganda. Eu ia fazer no Paint e vagabundo, vagabunda e vagabunde ia gostar, porque é a juventude classe CDE Bagaço. A Classe CDE boa era no tempo de Lula. A gente viajando de avião, os caralho. Agora a CDE é a FGH do tempo de Lula.

Mas eu ia meter umas ação meio Dolly. Ia vender.

PRIMEIRA PEÇA publicitária, todos os diretor na sala, chega eu com um computador positivo, abro,

A FOTO DA BUNDA DA ANITTA EM VAI MALANDRA.

Aquele short vermelho com detalhe branco, aquela bunda carioca, bunda real, bunda generosa, bundelissa, bunda de quem não nasceu ontem, bunda que tem no butico uma tatoo, bunda malandra, surra de bunda, mamo muito.

Em cima da foto, letras caixa alta

UMA CONTA PRA BOTAR TUDÃO NA POUPANÇA

Vai render antes do próximo baile.

O que não deixa de ser verdade, porque – LEGALMENTE – o próximo baile de Anitta no Brasil vai demorar uma porrada, se depender de Bolsonaro e vacina.

Porra, os diretor ia me aplaudir, me chamar de voz da favela, caralho, esse aí é escritor da rua mermo, caralho.

Mas tem mais.

Uma foto minha, tua, várias amiga, a gente com dedo na boca, só de cueca e abaixando na frente da geladeira pra pegar a tampa de Qualy:

PRO MEU COFRINHO E O COFRINHO DOZAMIGO

Várias frase de duplo sentido pra botar dinheiro.

VO MANDAR MINHA PIXa GOSTOSA NESSA BUFUNFA

PASSA ESSE CARTÃO DE CRÉDITO NO LEITOR DE MINHA BUNDA PAE

GIRL FROM TRANSAÇÃO AUTORIZADA, vem pra Anira´s Bank

Vocês aí aplaudindo bloco de rua de Santa Teresa com os ciranda branco mulambento, e a Zona Norte botando cria no comando de banco AINDA

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

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