Autoestima de gorda incomoda, né?

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Eu sou uma pessoa que passou a maior parte da vida buscando validação externa, antes de perceber que a única validação que importava era a própria. Esse caminho ninguém nem lugar nenhum nos ensina: que o início de tudo, a base de tudo, deveria ser o amor próprio. Só nos amando primeiro, deveríamos ser capazes de amar o outro. Temos essa expectativa de que o outro seja capaz de nos mostrar porque somos tão amáveis.

Então, como a grande maioria das pessoas, eu vivi envolta nesse modus operandi e lidar com a rejeição sempre foi algo difícil. Fui, na maioria das vezes, uma das únicas amigas gordas na em grande parte dos grupos de amigos que tive. Eu era última opção pra tudo, fosse pra fazer parte do time na educação física na escola ou pra beijar na boca na matinê. Quando as opções acabavam, eu finalmente tinha alguma chance. Já fui olhada com cara de nojo, já fui humilhada por homens dentro e fora da cama. Fui muito pouco assumida na vida e só tive relacionamentos abusivos. Por isso, posso dizer, infelizmente, que crescer se odiando e se sentindo pouco amável foi quase natural pra mim.

Toda vez que alguém me dizia um não, eu desabava. Eu ficava tentando entender os motivos de eu nunca ser “escolhida”, me odiava e me culpava, e isso acabou fazendo com que eu me submetesse a muitas violências, achando que assim seria mais aceita.

Hoje eu tenho um pouco de pena de quem me rejeita, porque sei que essa rejeição vem de lugares que me colocam como alguém que não sou. Mas, claro, ninguém é obrigado, sabe? Mas como eu sei bem quem eu sou e como sou, e o quanto sou maravilhosa, só consigo sentir mesmo esse pesar pelos que me rejeitam.

Já reparou que sempre que uma mulher é segura demais de si própria ela é vista como arrogante? Principalmente se for gorda e fora do padrão? Autoestima de gorda incomoda muito.

Só que agora, o “não” do outro não faz nenhuma diferença no amor que sinto por mim mesma. Quem perde é ozotro, e eu é que não vou me sentir mal por eles. Bora se amar, galera?

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