Bombardeio de interesse ou como as pessoas usam as outras

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Love bombing é um termo em inglês pra designar uma prática abusiva e narcisista, muito presente nas relações.
O bombardeio de amor nada mais é que uma tática relacional em que alguém te inunda de amor e afeto para rapidamente ganhar sua confiança e inflar o próprio ego. São aquelas pessoas super abertas e entregues a relacionamentos: fazem elogios grandiosos, são sempre os primeiros a dizer “eu te amo” e normalmente começam a namorar pessoas que acabaram de conhecer. Vocês precisam se fundir num só, têm tanta coisa em comum, só podem ser almas gêmeas.

No fundo, a pessoa não gosta de você, mas que você goste dela. Enquanto isso, você vai se tornando cada vez mais dependente. Tudo passa a ser por amor, “se você fizer isso é porque não me ama” e “eu faço isso porque te amo” começam a ser frases frequentemente ouvidas. Por trás delas, mil abusos.

O bombardeio de interesse, pra mim, é uma face disso. É aquele momento em que você tá conhecendo alguém pelo aplicativo, vai pro Whatsapp e passa a trocar mais ideias. Passam dias conversando, o cara passa a te dar bom dia e boa noite, várias declarações, confissões, “quero você”, “te admiro”, “você é foda”, até ele ganhar sua confiança suficientemente pra receber nudes ou pra que você o receba em casa. Ou pra que você esteja disponível todas as vezes em que ele te chamar. Ele só quer se sentir desejado. E você ali, disposta, aberta, sincera, francamente entregue.
Ele precisa transar pra se sentir bem consigo mesmo e ainda não riscou da listinha dele uma mulher como você. Normalmente, isso para antes da etapa de se encontrar pessoalmente, porque eventualmente depois dos nudes e depois de ver que o encontro não vai acontecer quando ele quer, ele some. E volta quando fica sem sexo, em outro momento de carência, dizendo que o problema não é você, mas ele.

Como evitar isso? Se amando muito, incondicionalmente, pra não aceitar migalha nem bombardeio de ninguém. Pra saber identificar essas bandeiras vermelhas que às vezes estão na nossa cara e a gente insiste em ignorar, só pra não parecer muito traumatizada ou paranoica. Ou pra não esperar sempre o pior dos outros.

Na moral,
SE AMEM. É o melhor que posso dizer.

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