“Chamei mesmo. Assumo. TENHO DOUTORADO”.
Leitura: < 1 minFoto: Claudio Brites
“Chamei mesmo. Assumo.
TENHO DOUTORADO”.
Uma mulher branca, professora, e como ela fez questão de frisar, muitíssimo qualificada, proferiu agressões racistas contra uma mulher negra que trabalha num restaurante no Maracanã, Rio de Janeiro.
Que lições tiramos deste episódio: Mulheres brancas oprimem ao lado de seus machos brancos.
O feminismo de uma mulher branca não garante a vida de uma mulher negra.
Feminismo não é o mesmo que antirracismo. Mulheres podem obter direitos, mas mulheres negras continuarão sendo negras, e, portanto, oprimidas por mulheres brancas.
Cor de pele definiu que uma teria doutorado, e a outra serviria sua mesa.
Mulheres brancas tem privilégios.
Mulheres brancas negam seus privilégios, se ocultando nos sistemas de dominação.
Doutorado não garante que o portador seja gente.
A educação tende a perpetuar os valores eurocentrados de consagração da superioridade branca.
Mulher branca ocupar lugares que antes eram apenas de homens, como a academia, não significa nada para uma mulher negra.
E ser professor não é salvo conduto.
Enquanto pessoas brancas não forem seriamente responsabilizadas na sua vida, liberdade e patrimônio, elas nunca vão parar de humilhar pessoas negras. Seja polícia que enquadra vereadora negra, seja polícia que bate na cara de jovem negro, aponta a arma se você anda de bicicleta, mulher branca que agride mulher negra.
Brancos precisam sentir prejuízos.
A luta deve ser a de conquistar poder para o povo negro.
Porque um poder só respeita outro poder.