Maquis

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A mulher na foto se chama Simone Ségouin. 

Se pronuncia: Simone Ciguan. 

Zero frescura no nosso francês.

Tinha 18 anos, quando se alistou na Resistência Francesa, no intuito de, como péssima jovem mística que era, DAR TIRO em toda e qualquer pessoa que estivesse usando uma suástica. Sem good vibes.

Por isso ela porta essa Lurdinha, conhecida no LinkedIn dos Pistolero como MP40, abreviatura de Maschinenpistole 1940, metralhadora alemã que também foi companheira de Tenório Cavalcante, o Homem da Capa Preta.


E arma só tem uma serventia. Não é fazer chá.

Simone se tornou o símbolo da Resistência Francesa. Essa semana, com Bia Souza, gravamos no túmulo de Simone de Beauvoir, ou Bivuá, sobre o corpo político das mulheres e o feminismo francês, que impacta no sexo.

Tem Simone pra todo lado, e a Resistência, ou os Maquis, liderada por De Gaulle, junto com os americanos e russos, deitaram os alemães no dia D. Os Maquis eram pessoas da classe trabalhadora que se alistavam, nos bairros, pra dar tiro em nazista.

Hitler ocupou a França, num acordo. E os franceses que não aceitaram, foram tacar fogo. 

Se juntaram, e formaram A Resistência.
Eles inspiraram George Lucas em Star Wars. Os resistentes que não deitam pro bonecão de preto, são inspirados nos franceses. Não apenas eles, mas em Bastardos Inglórios, de Tarantino, mesma parada.

Por Paris inteira, placas nos prédios, lembrando de mais de 70 mil crianças judias mortas pelos nazis. Nós vemos isso, direto, nas ruas. Macron, essa semana, com Biden, botando flores em túmulo, aqui no Arco, eu assisti uma cerimônia militar, conheci um soldado da Segunda Guerra. 


E Simone Ségouin ainda está viva, com 97 anos.


Fiz 48, na cidade e no país que é mais rebelde que eu.
Não se faz revolução, sem um fura na mão, diz Racionais.

Eu saí, porque os filhos dos nazis querem destruir o Brasil.
Kanye West decidiu apoiar Hitler. Indígena de Taubaté apoia Bolsonaro.

Eles não fazem ideia de quanto sangue foi derramado, de 77 milhões de pessoas, por causa de ideologia racista de direita. 

Mas eu tenho esperança. Ao saber dessas histórias, ao saber que estamos vivos. E o bolsonarismo vai morrer.

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

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