Ozempic e Zolpiden: kit da morte

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Dias atrás, vários veículos falaram sobre o Dia Mundial de Prevenção ao Diabetes. 

Segundo a OMS, 2 dois terços das pessoas com diabetes NÃO SABEM que estão com a doença que, silenciosa, se desenvolve discretamente, por ANOS.

Ainda segundo a OMS, METADE DOS HABITANTES DA AMÉRICA LATINA VAI DESENVOLVER DIABETES NOS PRÓXIMOS 10 ANOS.

A gente tá falando de quase meio BILHÃO de novos doentes.
A indústria de medicamentos chega goza, e baba de prazer, vendo a CLIENTELA promissora chegar.

Foi-se o tempo em que diabetes era doença exclusivamente hereditária. O diabetes 1, de fato, você nasce com ela. A 2, pelas experiências de alguns anos, é uma CONDIÇÃO que pode ser ADQUIRIDA.

Você, toda natural, bonita pra caramba, pimba: pode adquirir.

Fatores? Muitos.
Poluição e qualidade do ar. Que impede o trabalho eficaz das células, e cria a resistência a insulina. Pouco sono. Mesmo mecanismo. Estresse e muito trabalho, que deságua na má alimentação e vida sedentária. Excesso de açúcar, massas, processados. Obesidade.

Tudo, né.

E espera, que lá vem o diabetes 3. Mais variações da doença, que tá em ritmo de epidemia.

Tem medicação? Sim. Tem tratamento? Sim. Cura, tem? Ainda não.

É possível, considerando o avanço nos estudos de células-tronco. Mas nada, ainda.

Essa doença e a depressão tem paralelos, e crescem no mesmo ritmo. A raiz dessas doenças está no MODELO SOCIAL E ECONÔMICO que esmaga corpos e mentes. O capitalismo adoece. Principalmente pobres, negros, favelados, que comem mal, trabalham muito.

Teatro? Prazer? Pra galera da perifa, não. Só trabalho, comida ruim, gordurosa e açúcar. 

Então vem o mercado e oferece remédios e uma parte da classe média decide cair pra dentro de soluções mágicas, como Ozempic e Zolpidem. Ocorre que esses dois aí não dão conta. Milhares estão mergulhando nesses medicamentos. Um, ajuda a perder peso e melhorar o estado do diabetes. O outro, trata a depressão. Mas tem rolado auto medicação e as pessoas estão morrendo pelo uso.

A solução não é a descoberta de novos remédios. Mas estancar esse processo. Porque se continuar assim, em 50 anos, seremos todos inválidos em camas.

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

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