Pessoas brancas precisam aprender a viver em sociedade

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Acabei de presenciar uma cena de racismo num supermercado.

Uma mulher branca, em Lisboa, portuguesa, aos gritos com o segurança da loja, homem negro. Aos gritos. Dizia que ele tinha sido “rude” com ela.

A verdade é a seguinte: uma pessoa branca não suporta receber sequer orientações de uma pessoa que considera inferior, quem dirá uma ordem.

E quem brancos consideram inferiores? Quem brancos não suportam ver em lugares de poder? Pessoas racializadas.

O inverso acontece? Uma loja de

pessoas negras perseguindo brancas?

Considere que um grupo de pessoas negras tivesse um comércio, no nosso contexto. Elas não perseguem pessoas brancas, por serem brancas. Já o inverso, sim. Mulheres e homens brancos perseguem negros na loja, isso quando os deixam entrar.

Não é uma questão de gênero. É uma questão de raça. Mente quem diz que gênero vem antes de raça. Raça tem poder, e patriarcado, disse bell hooks, não é apenas uma questão de gênero, mas de raça.

Uma pessoa branca não suporta ser repreendida um “este negro”, como ela disse.

Pessoas brancas precisam aprender

a viver em sociedade. Selvagens.

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

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