Se não tá servindo amor, se levanta da mesa

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Caetano está em Lisboa, e me perguntaram se eu aceitava entrevistar ele, pra Coluna de Terça.

Daora.

Daí que, dias depois, uma pessoa retorna com uma mensagem bem desanimadora. Uma amiga, da amiga, da amiga da Paula Lavigne, que disse-que-ia-tentar-falar-com-ela, não conseguiu, e deu o telefone dela, mas

PEDIU PRA NÃO DIZER QUE FOI ELA QUEM DEU. Ela cheia de medo de Paula saber que ela me deu o número dela.

Eu olhei…pensei: gente. Pra quê isso. Que círculo é esse que essas pessoas vivem, e isso pode incluir a Paula, de todo mundo ter medo de falar com ela ou pedir contato pra uma entrevista. Cê acha mesmo que eu vou escrever pra uma pessoa que não aceitou previamente falar comigo, não sabe como o número dela veio parar na minha mão e eu não posso dizer quem deu, e ainda pedir entrevista? Cês acham que eu vim de onde? Do cu cheio de badalhoca de Roberto Jefferson?

Eu não quero não, gente. Me respeite. Não entro em nada que rasgue a última peça de roupa que sobrou da minha dignidade. Já lido com gente tosca demais em Portugal, pra entrar em ambiente que não me aceita.

Vale lembrar: nem lá no Rio eu frequentava o Leblon, onde Caetano mora e estaciona o carro, isso não vai mudar agora.

Então, meuzamigo, fecha com os certo: se não tá servindo amor, se levanta da mesa.

Sorte Caetano.

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

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