Pretos no topo: vocês não estão preparados pra isso
Leitura: 2 minA síntese de um Brasil racista é ver Seu Jorge ser atacado no Rio Grande do Sul. A galera de “O Sul é o meu país” não suporta que a gente saia da senzala e ocupe postos de poder. Se um homem como Seu Jorge é alvo de ataques racistas, amigo, cê imagina o pobre favelado.
Seu Jorge é um dos maiores artistas brasileiros da atualidade. Baita cantor, ator versátil, multi instrumentista, produtor, compositor, empresário, ele se tornou um nome potente no cenário artístico brasileiro. Um homem vindo do fundo do poço. Da favela, do trabalho infantil, da perda do irmão para um Rio que continua chacinado pobre e preto, da perda da casa, da vida na rua por anos a fio, sem ter onde morar, sem ter o que comer. Esse homem é Seu Jorge.
Pra, depois de tudo, chegar num evento fechado para a “elite” de Porto Alegre, uma festa de gala do Grêmio Náutico União, e ser ofendido, vaiado, xingado. Um lugar onde preto não teve vez, a não ser servindo mesa. Aliás, os funcionários do chão de fábrica do evento, único ambiente onde havia pretos, foram instruídos a nem falar com Seu Jorge.
Eu só me pergunto: pra quê a casagrande quis contratar Seu Jorge pra essa merda de festa? Porque assim, ninguém pode alegar demência, né gente? As pessoas sabem com quem andam, com quem trabalham, com quem convivem. E sabem que são um bando de rac1st@. Que me desculpe o Rio Grande do Sul, até porque eu sou paranaense e a coisa não é muito diferente no meu estado, mas que bosta, né minha gente?
Isso não faz com que eu ache que todo gaúcho é racista e preconceituoso, mas que a incidência por metro quadrado é alta, isso é inegável. A maior parte de vocês se acha europeu de sangue azul e isso por si só é suficiente pra um bando de funcionário b0sta de um clube vaiar SEU JORGE. Mano. A autoestima da pessoa que vaia Seu Jorge. Ou a falta de noção. Ou a maldade. Ou a junção de tudo isso, não tem limites.
Seu Jorge segue gigante e vocês seguem sendo uns nadas.
Não passarão!