Doações incineradas: o desleixo com a população

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As águas de março vêm fechando o verão e, junto com essas águas, muitos desastres vêm acontecendo. A cidade de Petrópolis, localizada na região serrana do Rio de Janeiro, ainda está se recuperando da última catástrofe que aconteceu no dia 15 do último mês.

Em decorrência das fortes chuvas, houve alguns deslizamentos pela cidade ocasionando a morte de cerca de 233 pessoas, além de inúmeras famílias desabrigadas e pessoas desaparecidas. Em meio a todo caos, houveram mobilizações para arrecadar roupas, alimentos, produtos de higiene, entre outros.

Muitas cidades se organizaram e espalharam pontos de arrecadação para ajudar as vítimas desta calamidade. No entanto, apesar de toda mobilização da população, as entidades responsáveis (pelo menos deveriam ser) pelo armazenamento de roupas e sapatos não cumpriram seu papel. 

Esse desleixo com as doações, resultou na incineração de uma montanha de roupas e sapatos que foram doados para as vítimas da tempestade. O juiz Jorge Luiz Martins Alves, da 4ª Vara Cível de Petrópolis, determinou que as roupas fossem incineradas, pois estavam apodrecendo em uma praça da cidade. Além disso, também estava sendo foco de ratos, baratas e outros bichos que representam risco à saúde.

A prefeitura de Petrópolis afirma que essas doações são de responsabilidade do Governo do Estado. Mas independente de quem seja o responsável, os indivíduos afetados continuam sendo os mesmos: a população. Esse desleixo com as doações apenas escancara o desrespeito e descuido com a população.        

Mulher negra oriunda do interior do Estado do Rio de Janeiro. Professora, pesquisadora, revisora e feminista antirracista. A correria faz parte de sua vida, porque na barriga da miséria nasceu brasileira.

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