Mais uma vítima do desconhecimento facial
Leitura: 2 minNenhuma passagem pela polícia. Trabalhava como motorista de aplicativo, inclusive no momento do roubo feito por 3 homens, na Barra da Tijuca, no qual foi acusado. Wendel Luan Belisário Santos é mais uma vítima do sistema FALHO de reconhecimento facial, que teve como “prova” um banco de dados e uma foto 3X4.
Os homens suspeitos de envolvimento com o roubo em série, foram presos no dia 3 de julho, na Barra da Tijuca. Identificados como Wesley da Paz Conceição, de 23 anos, Jonathan Gilberto Severino, de 20 e João Matheus Barbosa, de 25.
O que fez Wendel se tornar acusado neste caso?
Jonathan Gilberto Severino, no dia anterior, pediu emprestada uma máquina de cartão para a vizinha Rhaysa, irmã de Wendel, dizendo que
estava trabalhando com conserto de celulares e precisava ter essa forma de pagamento para não perder cliente. Sem desconfiar de nada, ela emprestou a máquina de cartão que, no dia seguinte, foi apreendida pela polícia. No reconhecimento do quarto suspeito, uma vítima apontou Wendel, através de uma foto 3×4. No horário do crime, ele estava trabalhando como motorista de aplicativo.
Este é mais um caso da prisão irregular de um inocente sem provas contundentes. Este caso que chegou até nós, mas teve tantos outros que ninguém viu ou noticiou, as pessoas apenas foram condenados à prisão, à invisibilidade e à injustiça.
Segundo levantamento da Defensoria Publica do Estado do Rio de Janeiro e Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais, que revelou as falhas do sistema de reconhecimento facial, esta violência sistemática tem cor e estado. Cerca de 81% das prisões irregulares foram de pessoas negras.
Entre 2012 e 2020, das 90 prisões no país feitas por este método, 73 foram no estado do Rio de Janeiro. Comprova que o desconhecimento facial é, na verdade, braço direto do sistema de reconhecimento racial e social para violentar e encarcerar.