Qual é o perfil a ser suspeito?

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“Não esquece de pegar os documentos”. “Se tu lançar um loiro pivete, vai ser parado por todas as barcas(carros da polícia)”. “A cara do freio da blazer”. Estas são frases típicas ditas para/por jovens negros que vivem naquele lugar onde o Cristo Redentor dá as costas à cidade maravilhosa. Uma parte da cidade em que maravilhoso é conseguir chegar em casa ao fim do dia vivo e bem.

O estudo da Data_Labe e Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) trouxe em números o quanto a violência é presente, majoritariamente para a juventude preta. Foram entrevistados 1018 pessoas entre maio e junho de 2021 no Rio de Janeiro (510) e em São Paulo (508).

Oito em cada dez pessoas negras já foram abordadas por policiais. Enquanto apenas duas de dez pessoas brancas se lembram de ter passado por esse procedimento. Para quem é preto, os dados não chocam, pois é algo vivido constantemente na pele, podendo ser até mesmo uma sentença de morte.

89% dos entrevistados pretos relataram que já sofreram violência física, verbal e psicológica na abordagem frente 66,8% dos brancos. Vale ressaltar que o uso violência se configura como abuso de poder, mas é a lei é para nós e não para quem faz elas.

A criação de uma criança preta não é apenas sobre educá-la para que seja gentil e respeitosa com todos; é também ensinar a como sobreviver em um cenário em que se é alvo todos os dias. “Jamais mexa na cintura”. “Coloque a mão na cabeça e mantenha a calma”. “Não reaja”. “Por favor, volte para casa”.

Estudante carioca e amante da comunicação como instrumento para rupturas sociais. Comunico o que eu sinto e amo ou odeio. Personifico textos, fotos e vídeos. Aprendendo sobre viver nesse caos.

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